terça-feira, 29 de março de 2011

O mundo da fotografia perde Farkas


Thomaz Farkas tinha 8 anos em 1932 quando ganhou de seu pai sua primeira câmera fotográfica. Era o início da história de um dos grandes expoentes da fotografia moderna no Brasil. Húngaro de nascimento, migrou para São Paulo em 1930.

Sua família fundou a primeira empresa especializada em equipamentos fotográficos no país, cujo comando foi exercido por Farkas desde a morte do pai, em 1960, até 1997. O nome da loja, Fotoptica, seria usado por ele para batizar uma revista de ensaios fotográficos, criada em 1970, e uma galeria aberta em 1979 para expor e vender imagens — marcas de sua história de incentivo à fotografia no Brasil.

A vida de Farkas foi marcada pelo pioneirismo. Ele montou o laboratório fotográfico do Museu de Arte Moderna de São Paulo, com Geraldo de Barros, em 1950, e documentou a construção de Brasília. Mas, diferentemente de fotógrafos como Marcel Gautherot, que buscava as formas modernas dos projetos de Oscar Niemeyer e Lucio Costa, as imagens de Farkas em Brasília se tornaram célebres por retratarem as pessoas que chegavam à nova capital para comemorar sua inauguração com o presidente Juscelino Kubitschek.

Nas décadas de 1960 e 1970, o fotógrafo criou a Caravana Farkas de documentários sobre o Brasil, trabalhando como financiador, produtor ou diretor de fotografia em filmes de cineastas como Eduardo Escorel, Geraldo Sarno e Maurice Capovilla. Como docimentarista, fez a série de quatro médias-metragens “Brasil verdade” (1968), sobre cangaço, samba, futebol e migração; “Coronel Delmiro Gouveia” (1978), sobre o pioneiro da industrialização; e “Jânio a 24 Quadros” (1981), sobre o presidente do Brasil.

Farkas morreu na última sexta-feira (25), em casa, aos 86 anos, de falência múltipla dos órgãos, após 21 dias internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Deixou viúva, quatro filhos do primeiro casamento, netos e bisnetos. FONTE

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