O grande legado de Henri Cartier Bresson foi dissociar a fotografia de um evento relevante. Antes dele, a fotografia, principalmente o fotojornalismo, estava atrelada a algum acontecimento. Fotograva-se as guerras, fazia-se expedições fotográficas à países longínquos, registrava-se povos exóticos e etc (mesmo os amadores imaginavam que a fotografia dependia de uma viajem nas férias, uma festa de família ou algum outro evento).
Bresson mostrou ao mundo que era possível fazer fotos memoráveis sem sair de perto de casa (apesar disso, o fotógrafo francês realizou diversas expedições e sua agência, Magnum, ganhou notoriedade por esse tipo de trabalho).
Dessa forma, o street photography ganhou força. Esse movimento prega que não é necessário um grande evento que justifique a fotografia. As imagens passaram a ser feitas na rua, do banal. Através da técnica do momento decisivo, buscam mostrar reações humanas singulares, às vezes com caráter irônico. Esse momento, tirado de seu contexto, cria uma realidade paralela, única, à exemplo das fotos de Bresson.
Existem duas formas de street photography, a primeira, apenas observa e registra. Esse estilo pode ser notado nas imagens de Robert Frank, por exemplo, que viajou pelos EUA a fim de captar o verdadeiro American Way of Life (essas fotos podem ser vistas no livro The Americans).
Já William Klein, era agressivo, intervia e criava situações. Ao invés de apenas observar, ele tomava parte na imagem, provocava e incentivava reações em seus retratados.
Alías, William Klein já apresentava influências do Pop Art, movimento que viria nos anos à seguir. Pois seus personagens eram retratados como se fossem celebridades, atuavam seguindo a direção do fotógrafo. Outra característica do Pop Art presente no trabalho de Klein é a forma que as fotos são apresentadas. Havia um cuidado em como suas imagens eram colocadas em conjunto, muitas vezes as fotos juntas perdiam o contexto, ou apresentavam um contraste. Essa característica foi uma constante em seu trabalho como fotógrafo de moda.
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